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segunda-feira, 21 de março de 2011
Audiência Pública pede prazo maior para Proibir Circulação de Ônibus Intermunicipais
A proibição da circulação dos ônibus intermunicipais na região central e nos corredores exclusivos de Blumenau, a partir do dia 10 de abril, motivou a realização de uma audiência pública na Câmara de Vereadores na tarde desta segunda-feira (21). Ao final, os participantes decidiram encaminhar documento aos prefeitos das cidades do entorno, solicitando o seu posicionamento sobre o tema. Também vão sugerir às câmaras a realização de audiências públicas. Ao prefeito João Paulo Kleinubing será pedida a prorrogação da entrada em vigor da medida.
A proposta partiu do vereador Vanderlei de Oliveira (PT) diante da falta de esclarecimentos sobre o projeto. “É difícil discutir um projeto sem ter conhecimento da matéria. Também queremos saber se os prefeitos da região já ratificaram a proposta e se as câmaras dos demais municípios tomaram conhecimento, porque em Blumenau não. Queremos saber se todos os setores envolvidos foram consultados”, disse. O vereador lamentou ainda que até agora os órgãos de defesa do consumidor não tenham se manifestado a respeito. Ele reconheceu a necessidade de interligar o transporte coletivo, mas ponderou que antes muitas perguntas devem ser respondidas, como por exemplo, o impacto que provocará sobre os usuários do serviço.
O presidente do Seterb, Rudolf Clebsch, apontou que a norma eliminará 300 viagens feitas na cidade diariamente. “São 300 carros pesados consumindo óleo diesel e espalhando poluição pela cidade”, complementou. Enfatizou ainda que o corredor trará mais agilidade aos ônibus urbanos. “A orientação da operação urbana destes ônibus é disciplinada pelo município”, explicou. Além disso, afirmou que passageiros de cidades vizinhas poderão usar qualquer outra linha sem custo adicional. O valor da passagem também não irá aumentar, conforme o Seterb. Uma empresa de Curitiba foi contratada para fazer o projeto de integração.
A notícia da proibição deixou a deputada Ana Paula Lima espantada. “Estou preocupada com os usuários das cidades vizinhas e os usuários de Blumenau que a partir de 10 de abril não terão ônibus a mais circulando, nem os terminais novos ou adequados para esta decisão”, afirmou. Para ela, a ideia é boa, mas a forma está errada, pois não há estrutura para que o projeto seja colocado em prática. Ana Paula citou que circulam em Blumenau 257 ônibus diariamente e questionou: “como iremos absorver 6.500 novas pessoas que irão utilizar os terminais de Blumenau e quantos outros ônibus o Consórcio Siga irá disponibilizar para cidade e quem irá fazer manutenção dos terminais?”. Ela informou também que desde 1997, 42% da frota foi renovada com aquisição de 87 novos ônibus e a maioria destes veículos ainda estão em circulação na cidade, 13 anos depois.
A situação dos colegas estudantes, que dependem deste transporte, também foi destacada pelo presidente do Diretório Acadêmico Clóvis Bevilaqua – Daclobe (FURB), Eduardo Ramos. Ele apontou que este será mais um obstáculo na vida atribulada de quem luta pelo ensino superior. “Esta medida de parar os ônibus de outras cidades em terminais urbanos só vai fazer com que percam mais tempo em seus trajetos que já são complicados”, argumentou. Ramos declarou não existirem benefícios suficientes para justificar o corte da circulação dos ônibus intermunicipais na cidade. “Se esta medida vier a ser aplicada perderemos diversos estudantes”, salientou.
O coordenador de assuntos estudantis da Furb, Luiz Carlos Bragas revelou que o assunto causará grande impacto na comunidade acadêmica, pois cerca de três mil estudantes utilizam o transporte intermunicipal. Disse que a reitoria encomendou uma pesquisa sobre os horários, número de estudantes e a procedência dos acadêmicos para colaborar com os debates.
Edenilson da Costa, representante da Faculdade IBES Sociesc, alertou que a proposta é inconstitucional por estar sendo adotada por decreto, sem passar pelo legislativo. Também reclamou que a mudança provocará enorme perda de tempo aos usuários de outros municípios.
Na oportunidade, o vereador Deusdith de Souza (PP) afirmou que cabe também aos parlamentares buscar uma solução para o transporte coletivo integrado. “Não queremos só mais seis mil vagas por dia. Queremos, 15, 20 mil. Isto é muito importante para o nosso usuário. Trata-se de conforto. Vamos reivindicar melhorias”.
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