Em cada nova catástrofe, a importância do Corpo de Bombeiros de Blumenau
fica mais evidente. No último evento, que aconteceu nos dias 08 e 09 de
setembro, 65 bombeiros militares e 25 comunitários trabalharam incessantemente
para atender mais de dez mil pessoas. Quase a mesma quantidade de ligações
também foi recebida. Os dados foram trazidos à tribuna pelo comandante da
corporação, Julio César da Silva.
Por ter sido muito
questionado sobre o local onde o quartel está instalado, próximo ao terminal da
Proeb, Julio esclareceu à população as razões para tal decisão. “Muita gente diz
que é um local indevido porque vai água. Mas 80% da cidade praticamente pega
enchente. O quartel está localizado em um local estratégico. Na quinta de manhã
já levamos todos os móveis para o piso superior e deslocamos as viaturas para
diversas regiões do município. Conseguimos trabalhar de forma
extraordinária”.
Como há a previsão de
novos eventos na cidade, o comandante entregou uma série de reivindicações à
Câmara de Vereadores. A primeira pede a reestruturação da corporação a nível
estadual. “Precisamos de investimentos em viaturas pesadas, helicópteros, barcos
e demais equipamentos. Temos um helicóptero alugado ao custo de R$2 milhões por
ano. Com R$5 milhões conseguiríamos comprar um novo. Peço que vocês, vereadores,
convençam o governo do estado a investir em viaturas pesadas. O último
investimento de verdade aconteceu em 1992. Temos 600 bombeiros trabalhando por
dia no estado”.
Os recursos do Corpo de
Bombeiros de Blumenau estão muito aquém do esperado, segundo Julio. Do Fundo
Estadual de Segurança, a corporação recebe 7% do valor total. Do Fundo Municipal
de Segurança, R$120 mil por mês. “No entanto, uma lei de 1988 obriga-nos a
destinar 15% deste valor para a Polícia Civil. É injusto. Revisem esta lei,
vereadores, e deixem este dinheiro na corporação. É óbvio que a Polícia Civil
precisa de recursos, mas aqui vou tratar da minha corporação”,
salientou.
O Corpo de Bombeiros
também pede participação no Convênio de Trânsito de Blumenau. “Somos nós que
atendemos cerca de 20 ocorrências por dia, mas não recebemos valor algum deste
fundo. Gostaríamos que vocês, parlamentares, pudessem usar de suas influências e
nos ajudar nesta questão tão importante”, ressaltou.
Mais verbas significam
mais investimentos. Nesta última enchente, dos cinco caminhões que auxiliaram a
comunidade, quatro quebraram. Isto acontece, principalmente, devido a idade de
cada um deles. Muitos datam de 1976 e 1982. “Por mais bem cuidado que seja, é
humanamente impossível trabalhar com tanta idade. Se fosse funcionário público,
já teria tempo pra se aposentar. Eles já salvaram muitas vidas e devemos
aposentá-los logo. Antigamente éramos a corporação mais bem estruturada do
estado. Hoje não somos mais. Repito, precisamos de recursos, equipamentos e
viaturas”.
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