Total de visualizações de página

terça-feira, 19 de julho de 2011

Entidades convidadas a discutir aumento de cadeiras na Câmara

Convidados pela mesa diretora, representantes de Acib, CDL, Sintex, Intersindical, Ampe, Codeic e OAB, estiveram na Câmara Municipal hoje à tarde para discutir com os vereadores o aumento do número de cadeiras no legislativo. Ronaldo Baumgarten, presidente da Acib, disse que as entidades não pretendiam pressionar a Câmara, mas transmitir a vontade da comunidade. Ulrich Kunh, do Sintex, elogiou a disposição dos parlamentares de receber os representantes das entidades organizadas. Para o presidente da OAB, César Wolff, a reunião é um fato inédito na cidade e um momento de sabedoria, enquanto Hans Bethe, da Intersindical, enalteceu o respeito dos vereadores ao receber os representantes. Para Amarildo Ramos, da Ampe, os associados cobram uma participação maior das entidades neste debate, o que também foi atestado pelo presidente da CDL, Paulo Cesar Lopes. Por fim, Adilson Baher do CODEIC ratificou ser unanimidade entre as entidades de classe a manutenção dos 15 vereadores.
O vereador Deusdith de Souza (PP) destacou a grandiosidade da representação do poder legislativo e questionou documento divulgado pelas entidades sob o título “a quem interessa o aumento do número de vereadores”. Ele sugeriu uma comparação de Blumenau com municípios com menos habitantes e lembrou ser preciso aumentar o número de parlamentares pelo volume de problemas resolvidos por eles. Também colocou sob suspeita o interesse do Jornal de Santa Catarina em publicar sucessivas matérias a respeito. Sobre Jaraguá do Sul, lembrou que lá o número de 15 é suficiente porque tem a metade da população de Blumenau. “Há vinte anos, na minha primeira legislatura, já tínhamos 21 vereadores”. Sobre o documento assinado pelas entidades, afirmando que a produtividade dos membros do legislativo está aquém do desejado, Deusdith de Souza, interpelou os visitantes: “Gostaria de saber com base em que foi feita esta avaliação e se o mesmo foi feito em relação ao executivo”. Ele lembrou que todos os anos, a Câmara ajuda a comunidade, com parte do seu orçamento, que não é gasto integralmente. Ao mesmo tempo, cobrou a falta de posicionamento das entidades na discussão de assuntos relevantes para o município. Aproveitou ainda para questionar a concessão de isenções fiscais a indústria e comércio, sem passar pela Câmara Municipal. Deusdith sustentou que os atuais legisladores não estão fugindo do debate e garantiu que um número maior de representantes, permitirá que a cidade seja melhor atendida.
A atitude das entidades de procurar a imprensa antes de conversar sobre o aumento do número de cadeiras na Câmara com os próprios parlamentares indignou também o vereador Zeca Bombeiro (PDT). “Achava que os senhores iriam pensar mais alto em relação a Blumenau”, disse. Para ele, os empresários deveriam estar preocupados em beneficiar a cidade de outras formas e não se preocuparem tanto com este tema. “Ninguém veio me perguntar, pode ser que eu seja a favor de 15”, avaliou.
Para Fábio Fiedler (DEM), a discussão deve ser ampliada, e pontos convergentes são encontrados na manifestação de todos. “Nunca consegui representar uma comunidade especifica, por ter residido em vários bairros. Mas vamos criando afinidades nos locais que mais freqüentamos e aceitamos a discussão, da forma como vem sendo colocada. Nesta Casa, também representamos as entidades organizadas e muitas questões de interesse da cidade são levantadas por elas”. Para Fiedler é possível evoluir na discussão e que a cidade possa ganhar com a decisão tomada. “Entretanto, se tivermos uma queda de braço, não teremos vencedores, apenas perdedores. Se conseguirmos nos unir em torno da cidade, teremos a cidade como vencedora”, disse. O vereador lembrou que o PSD, que terá a convenção nacional em setembro e ainda irá discutir a questão no seu diretório. “No democratas já tínhamos uma discussão avançada e o encontro de hoje, deverá contribuir”, completou.
“Penso que quanto mais representantes a cidade tiver melhor, pois o debate ficará mais amplo”, afirmou o vereador Beto Tribess (PMDB). Ele questionou como foi o debate interno entre as entidades e também qual o percentual de empreendedores acredita que um menor número de representantes pode beneficiar Blumenau. “Quero que me convençam do contrário”, disse.
O vereador Marcelo Schrubbe (DEM) parabenizou o diálogo franco entre o poder legislativo e as entidades representativas. “Queremos um diálogo franco e aberto. Eventualmente tem reuniões nas mais de 100 associações de moradores, mas não podemos participar de todas. Eu não sou favorável ao regionalismo (votos por bairro). Tenho uma visão diferente. Acho que o vereador deve trabalhar por toda a cidade”. Para Marcelo, a Casa deveria oferecer um curso sobre como funciona o legislativo aos novatos. “Por tantos trabalhos nos bairros, o vereador, muitas vezes, não consegue fazer o trabalho legislativo. Não há no plenário computadores para checarmos algo que o parlamentar fala na tribuna. Não temos tablets e celulares bons para facilitar a divulgação do nosso trabalho, a nossa prestação de contas. Temos que investir para dar condições de trabalho aos eleitos. Ao invés de aumentar o número, vamos ampliar a discussão e valorizar o vereador, dando boas condições de trabalho e obtendo uma qualidade melhor nesta Câmara”.
Adriano Pereira (PT), suplente que assumiu a cadeira de Vânio Salm na semana passada, é favorável ao aumento do número de vereadores. “Represento um bairro esquecido pelo poder público. Um dos mais carentes da cidade. Os meus eleitores, aquela comunidade que eu represento, gostariam que eu estivesse presente aqui como vereador titular. Esta é uma oportunidade de trazer mais democracia a esta cCasa. São cerca de 35 bairros. Não temos um vereador em cada bairro”.
A vereadora Helenice Luchetta (PSDB) também se confessou chateada com o documento publicado na imprensa, destacando a baixa produtividade dos legisladores. HeleniceItoupava Central que o AG não foi ampliado por falta de recursos, que o ribeirão Itoupava continua assoreado, que a Escola Pedro I teve o telhado feito pela metade. Mesmo assim, tenho defendido o governo que ajudei a eleger, porque acredito na sua proposta, e do mesmo modo gostaria de ser respeitada”. Também adiantou que tem uma posição definida sobre o assunto e que não depende do cargo por professora há mais de trinta anos, mas pediu o apoio dos empresários que ajudem a mudar o conceito sobre a classe política. “Respeito a opinião de cada um, mas quero ter o direito de colocar o meu voto, quando o assunto for colocado em pauta”, completou.
Para o vereador Jens Mantau (PSDB) o assunto não deve ser prioridade no momento. Ele recordou que o PSDB começou, há cinco meses, a realizar um plebiscito na cidade sobre o tema. “Estamos abertos ao diálogo e nossa bancada vem conversando este assunto, mas não é prioridade”, avaliou. Jens reforçou que a vontade da comunidade será considerada pelos tucanos.
A petista Arlete da Silva, mais conhecida como Canarinha, disse que toda esta discussão é nova. Com 17 dias como vereadora, a parlamentar afirmou que não importa o tempo dentro da Casa, o que vale é o trabalho feito na comunidade. “Temos o direito de concordar ou discordar com o aumento. Devemos discutir não só com a sociedade organizada, mas também como o povo, aqueles que votaram em nós no dia 03 de outubro. Eles que devem decidir”.
“A Câmara tem um gasto médio de R$ 950 mil a R$ 1 milhão de reais, enquanto a prefeitura gasta R$ 1,4 milhão apenas com os seus 378 comissionados”. A informação foi prestada pelo presidente Jovino Cardoso Neto (DEM). Segundo ele, “a maioria dos vereadores gasta o combustível dos seus próprios veículos para trabalhar, e quando se fala em valores, temos dado exemplo. Vamos olhar não apenas o número de vereadores, mas os cargos comissionados, que não é privilegio do atual governo, pois vem acontecendo há muito tempo. Vamos compartilhar estes números para chegar a um denominador comum também sobre os cargos comissionados da prefeitura”, sugeriu. Ele fez um apelo para que haja consenso na busca de um numero de integrantes do legislativo. “Devemos continuar a conversa, ao invés de deixar apenas a imprensa fazer especulações. Sabemos do papel importante de todas as entidades e desde a formação eclética desta mesa diretora, estamos buscando o diálogo, visando sempre o munícipe”, assinalou.
Ao final, representantes das entidades voltaram a se manifestar. O presidente da OAB Blumenau, César Wolff, afirmou que a Ordem dos Advogados respeitará qualquer decisão tomada pelos parlamentares, mas salientou o direito de externar opinião. Ele informou que a posição sobre o tema também não é unânime entre as entidades. “Na reunião que tivemos ficou claro que se respeitaria e são vossas excelências que decidirão o rumo da Câmara de Vereadores, mas temos o direito de manifestar nossa opinião”, disse.
Em seguida, o presidente da ACIB, Ronaldo Baumgarten, agradeceu a participação dos outros representantes de entidades. “Qualquer manifestação que as instituições tenham assinado em conjunto, na verdade, foi querendo o bem de Blumenau. Não queremos atingir aos senhores e nem seus mandatos. Temos que respeitar todos os votos que estão sobre o ombro de vocês, parlamentares. Agradecemos imensamente esta oportunidade e nos colocamos a inteira disposição para discutir não só este tema, mas todos relacionados ao bem estar e qualidade de vida da população desta região”.


Suspensão de obras em Santa Catarina
Ao final, diante das especulações sobre suspensão ou atraso nas obras de responsabilidade do Ministério dos Transportes, em Santa Catarina, em razão das denuncias de irregularidades naquela pasta, o presidente Jovino Cardoso Neto aproveitou para anunciar a criação de um grupo de trabalho para atuar em conjunto. Será formado pelas entidades de classe que estavam no legislativo hoje – Acib, CDL, OAB, Intersindical, Ampe, Codeic, Sintex, além da AMMVI e outras que manifestarem interesse em participar. O grupo vai atuar junto aos órgãos competentes para acompanhar as conseqüências diretas e indiretas a possível suspensão no andamento do processo de duplicação da BR-470.

Nenhum comentário:

Postar um comentário